A baleia-franca-austral (Eubalaena australis) é um misticeto de grande porte, atingindo 15–18 m de comprimento e até 80 toneladas, facilmente identificável pelas calosidades na cabeça e a ausência de nadadeira dorsal.
Circumpolar no Hemisfério Sul entre 20° S e 60° S, migra para águas costeiras temperadas durante o inverno para reprodução e cuidado de filhotes.
A gestação dura cerca de 12 meses, com intervalo de parto de três anos e forte vínculo materno-filhote de até um ano.
Após quase extinção pelo século XIX, sua população atual é estimada em menos de 10 % do tamanho original, com recuperação desigual entre estoques regionais.
Enfrenta ameaças como colisões com embarcações, embates e assédio de gaivotas, e está listada como Endangered sob a ESA dos EUA e EPBC da Austrália.
Iniciativas de monitoramento por foto-identificação, rastreamento por satélite e corredores protegidos buscam garantir sua recuperação.
A baleia-franca-austral era um dos principais alvos da caça comercial de misticetos no século XIX, pois acumulava grande quantidade de óleo e, por não possuir nadadeira dorsal, afundava lentamente, facilitando sua captura.
Em resposta ao declínio drástico—estimado em até 90 %—foi proibida em 1937 por convenções internacionais, embora a caça ilegal tenha persistido por décadas em áreas como Brasil e União Soviética.
A partir de então, colônias em regiões como Península Valdés (Argentina), Cidade do Cabo (África do Sul), South Australia e Nova Zelândia estabeleceram programas de proteção e pesquisa, resultando em recuperação gradual de alguns estoques, sobretudo na Austrália e África do Sul, mas ainda abaixo de 10 % das populações pré-exploração.
Ecologicamente, a espécie atua como “engenheira de ecossistema”: ao migrar entre áreas de alimentação ricas em krill e zonas costeiras de reprodução, distribui nutrientes marinhos por meio de excreções, promovendo produtividade primária em águas subantárticas.
Culturalmente, a baleia-franca-austral inspira turismo de observação em regiões como Península Valdés e Península de Samaná, gerando renda para comunidades locais e reforçando a importância de seu manejo sustentável. Hoje, entender seus padrões de migração, saúde populacional e ameaças antrópicas é essencial para consolidar sua recuperação e manter a integridade dos ecossistemas marinhos que sustenta.
A baleia-franca-austral possui corpo robusto, pele escura e dorso largo sem nadadeira dorsal, com a cabeça ocupando até 30 % do comprimento total.
As calosidades – áreas córneas permanentemente habitadas por ciamídeos – têm padrão único que permite identificação individual ao longo da vida.
Os machos podem atingir 18m e até 90 t, e as fêmeas, ligeiramente menores, alcançam até 17m e 80 t.
A boca arqueada sustenta cerca de 260 lâminas de barbatanas de até 2,5 m, usadas para filtrar krill e copépodes.
Registros de melanismo são inexistentes.
Circumpolar, a baleia-franca-austral migra de áreas de alimentação em latitudes altas (55°–60° S) para zonas reprodutivas costeiras entre 20° S e 40° S em inverno e primavera.
Os principais berçários incluem a Península Valdés (Argentina), águas costeiras da África do Sul, costa da Austrália meridional e ilhas subantárticas da Nova Zelândia (Auckland e Campbell).
Durante o verão, visitam áreas de alimentação próximas à Antártica, ricas em krill.
São migratórias e circumpolares, movendo-se em grupos frouxos durante a alimentação e formando agregações mais coesas durante a reprodução.
Apresentam comportamento fission-fusion, com fêmeas e filhotes permanecendo próximos e machos jovens formando pequenos grupos de solteiros.
Comunicam-se por meio de sons de baixa frequência, usados para coordenação social e potencialmente para localização de parceiros a longa distância.
Herbívoras filtradoras, consomem principalmente krill e copépodes, engolindo grandes volumes de água e descartando excreções ricas em nutrientes, que fertilizam a água e beneficiam a cadeia trófica marinha.
Ao controlar concentrações de zooplâncton, contribuem para o equilíbrio de populações de pequenos crustáceos e influenciam a dinâmica de fitoplâncton e produtividade primária.
Fêmeas atingem maturidade sexual aos 10 anos e machos pouco depois.
A gestação dura cerca de 12 meses, seguida de aleitamento de até 12 meses; intervalo entre nascimentos é em média três anos devido ao elevado investimento materno.
Os filhotes nascem com 4,5–6 m e 2–3 t e permanecem sob cuidados maternos até aproximadamente um ano, quando iniciam migrações.
Como “engenheiras do ecossistema”, redistribuem nutrientes do pólo para zonas costeiras via excreção, estimulando a produtividade primária em regiões subantárticas.
Sua migração e presença influenciam a estrutura de comunidades de plâncton e pequenos peixes, além de servir de indicador de saúde ambiental.
Listada como ameaçada pela Endangered Species Act dos EUA, com proteção “Wherever found”.
E como em perigo pelo Environment Protection and Biodiversity Conservation Act (EPBC) da Austrália.
A IUCN ainda a classifica como Dependente de conservação, refletindo a necessidade de programas contínuos de conservação.
Integrar modelos climáticos e de distribuição de krill a estratégias de manejo permitirá antecipar mudanças na migração e locais de berçário.
A expansão de corredores marinhos protegidos e acordos internacionais coordenados serão essenciais para garantir conectividade entre áreas de alimentação e reprodução.
O desenvolvimento de tecnologias de detecção acústica e detecção automática em satélites pode otimizar o monitoramento contínuo.
A baleia-franca-austral representa um caso emblemático de recuperação parcial após exploração extrema.
Seu papel como engenheira de ecossistema e indicador de saúde ambiental, aliado ao valor cultural e econômico para o ecoturismo, reforça a urgência de manter e expandir esforços de conservação integrados, que envolvam pesquisa científica, políticas públicas e engajamento comunitário para assegurar sua presença nas águas do Hemisfério Sul por gerações futuras.
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